Com a chegada do frio e a aproximação do inverno, é preciso estar atento aos processos de aplicação de argamassa nas obras de construção civil. Isso porque o clima exerce influência direta nesse trabalho.
Todo o processo de hidratação do material, endurecimento e desenvolvimento da resistência é prejudicado pelas baixas temperaturas. No conteúdo de hoje vamos falar sobre as consequências negativas da aplicação em baixas temperaturas, além de conferir algumas dicas de como minimizar tais efeitos.
Aplicação de argamassa em temperaturas extremas
As normas da construção civil determinam a interrupção da concretagem sempre que estiver prevista a queda na temperatura ambiente para abaixo de 0ºC nas 48 horas seguintes.
A argamassa possui uma quantidade significativa de água que, em temperaturas muito baixas, pode congelar. O congelamento da água provoca a interrupção do processo de endurecimento e aumento de volume, acarretando graves consequências que comprometem a estrutura como um todo.
Por isso, a suspensão da atividade é a atitude mais aconselhável em casos de temperaturas extremas.
O que acontece em temperaturas abaixo de 16ºC?
Mesmo que a temperatura não seja tão baixa a ponto de ocorrer o congelamento, a aplicação de argamassa ainda pode ser prejudicada caso a temperatura ambiente esteja abaixo dos 16ºC.
Baixas temperaturas podem trazer uma série de consequências negativas a esse processo. Entre as principais, destacamos:
- Retardo de início e fim da pega;
- Retardo no acabamento superficial;
- Perda de água de amassamento, também atrelada à baixa umidade relativa do ar e velocidade elevada do vento, causando fissuras por retração plástica;
- Atraso do início da cura o, podendo acarretar problemas de retração plástica e secagem, além da perda de resistência superficial;
- Aumento da tendência de ocorrência de fissuras, já que o material não ganha resistência inicial suficiente para fazer frente às tensões relacionadas às reações de hidratação do cimento;
- Endurecimento mais lento da camada inferior comparado à camada superficial em sobre sub-bases frias.
Além disso, em pisos industriais e lajes com formas plastificadas ou metálicas, a face inferior do material acaba tendo uma velocidade menor de endurecimento com relação à superfície exposta.
Com isso, a perda de água não ocorre na face inferior. A face superior, por estar sujeita a uma temperatura ambiente mais elevada e apresentando uma maior taxa de água de exsudação (com posterior perda por evaporação), resseca-se e endurece mais rápido que o restante, apresentando um aspecto “borrachudo”.
O que fazer?
Algumas ações preventivas podem minimizar o efeito das baixas temperaturas nas aplicações de argamassa realizadas em períodos de inverno ou em dias de muito frio. Se estes cuidados forem adotados durante o processo, é possível minimizar os efeitos das baixas temperaturas e consequentemente manter as características do produto.
Veja a seguir nossas dicas:
- Cubra as superfícies
- Use estufas para a cura
- Prolongue a espera da desforma
- Aproveite ao máximo o calor do dia
- Utilize aquecedores
- Aditivos aceleradores de pega
- Cuidado técnico e especializado
Com exceção aos casos extremos, onde há risco de congelamento, a evolução da resistência à compressão em concretagens realizadas em baixa temperatura é prejudicada até o prazo de sete dias.
A partir desta data, a resistência continua evoluindo normalmente, atingindo resistências próximas ou até maiores que os concretos curados em temperaturas mais elevadas.