Diferentemente de 2020, que foi um ano repleto de incertezas e questionamentos, 2021 trouxe esperança e muitas mudanças, principalmente devido à vacinação e a flexibilidade da quarentena. Já o setor da Construção Civil se manteve em um cenário otimista desde o ano passado, com crescimento de 2,7% no PIB, no segundo trimestre de 2021. Então, agora vamos rever tudo o que aconteceu e quais as expectativas para 2022.
RETROSPECTIVA
Pontos Positivos
De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a economia brasileira registrou uma queda de -0,1% no segundo trimestre de 2021, contudo, a Construção Civil apresentou um crescimento de 2,7%. Comparando com o mesmo período de 2020, este setor cresceu mais de 10%.
Segundo a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), a estimativa era um resultado de 4% de crescimento do setor. Porém, analisando os dados apresentados pelo IBGE, e o forte otimismo do setor, há uma probabilidade de correção para mais.
Pontos Negativos
Um grande empecilho que brecou um maior avanço no setor foi o aumento no preço dos materiais e matérias-primas. Isto é, entre outubro de 2020 e outubro de 2021, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) acumulou 30,24%. Para saber mais sobre o INCC e como ele impacta nas obras e no setor, clique AQUI.
Outro problema enfrentado pela Construção Civil neste ano foi a falta de mão de
obra qualificada. Funcionários dispensados de seus serviços no início da pandemia, encontraram novos trabalhos, dentro ou fora da área.
CONSTRUÇÃO CIVIL NA ECONOMIA BRASILEIRA
A Construção Civil é um dos setores que mais impulsiona a economia brasileira. A geração de empregos, a enorme cadeia produtiva, que vai desde a produção de insumos, até o canteiro de obras, a alta procura pelos serviços imobiliários e o aumento do mercado de luxo são alguns fatores que contribuem para o crescimento do setor.
A ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), entidade representante do mercado imobiliário, realizou uma pesquisa que demonstrou os seguintes resultados:
- 0% dos trabalhadores brasileiros atuam na Construção Civil;
- 9% de todos os tributos são gerados pelo setor;
- 7% do PIB Nacional é oriundo da construção civil;
- 62 atividades econômicas da indústria nacional são movimentadas pelo setor.
O IBGE apontou que o PIB da Construção Civil, no 1º Trimestre de 2021, cresceu 2,1% se comparado ao último trimestre de 2020. Já no 2º Trimestre, o crescimento foi de 2,7%.
Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) divulgados pelo Ministério da Economia, em 2020, o setor da Construção Civil gerou mais 112 mil empregos e, de janeiro a abril de 2021, foram abertos 134 mil postos de trabalho nesta área.
IMPACTOS DA PANDEMIA NO SETOR
No início da pandemia, o setor da Construção Civil sofreu diversos impactos negativos como a redução de funcionários e jornada de trabalho, paralisação de obras, alta do dólar e bloqueios na exportação.
Desta forma, inúmeras empresas foram afetadas pela falta de mão de obras e/ou insumos, principalmente as que não estavam preparadas para lidar com o impacto financeiro e, muito menos com o isolamento social. As construtoras e incorporadoras tiveram de se adaptar ao novo modelo de trabalho e, as que não tinham os processos digitalizados, ou seja, realizavam as atividades manualmente, como o controle por meio de Excel e documentação física, foram as mais prejudicadas.
Da mesma maneira, os canteiros de obra também sofreram as consequências do isolamento, uma vez que, sem a atuação dos escritórios, engenheiros e gestores de obras não tinham como dar continuidade em seus serviços.
Não obstante, outras áreas também foram fortemente afetadas, como a de exportação, que, devido à falta de insumos, materiais como alumínio, vidro, cobre, entre outros, tiveram seus preços elevados e o prazo de entrega mais lento. Essa escassez de insumos, somada com a alta demanda e a desvalorização do real, foi o que contribuiu para o aumento do preço dos materiais.
Crescimento durante a pandemia
Contudo, apesar destes fatores, a Construção Civil logo foi classificada como serviço essencial pelo governo e conseguiu se reerguer no primeiro ano da pandemia, abrindo novos postos de trabalho e sendo a área que mais gerou empregos, como já citado.
A construção de novos hospitais, postos de saúde, pronto-socorros, entre outras obras públicas, também contribuíram para o crescimento do setor.
Construção Civil na pós-pandemia
A pós-pandemia será marcada pelos novos hábitos e novas formas de trabalhar. A atenção para a segurança dos trabalhadores é indispensável nesta nova fase, portanto, manter álcool em gel disponível nos canteiros de obras e escritórios para clientes e funcionários, redobrar a higienização, manter uma distância segura e o uso da máscara, além dos EPIs, ainda serão exigidos pelas organizações de saúde.
Outra mudança será a otimização do uso de softwares e tecnologias que tornarão as atividades mais eficientes, além de reduzir custos e elevar a produtividade, garantindo melhores resultados.
Por fim, há diversos outros fatores que irão acelerar o crescimento da Construção Civil na pós-pandemia, entre eles:
- crescimento da demanda;
- novas formas de trabalhar, como coworking e home office;
- valorização da mão de obra;
- aumento da concorrência;
- maior facilidade e variedade de linhas de crédito.
EXPECTATIVA PARA 2022
Por fim, o esperado para 2022 é um cenário positivo, com um crescimento acelerado no setor. Vários fatores contribuem para essa expectativa, sendo elas a retomada dos investimentos e o ano eleitoral.
O primeiro caso se deve ao fato de que muitas pessoas e empresas tiveram de paralisar suas obras devido à instabilidade causada pela pandemia. Ou seja, com um cenário mais estável e com previsões mais certeiras do mercado, se torna mais seguro voltar aos investimentos.
Já o segundo caso, se refere aos gastos públicos com obras e melhorias na infraestrutura, muito comuns neste período de eleições.
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