O que seria da humanidade sem a construção civil, não é mesmo? Neste texto, a Jofege te apresentará um breve resumo da origem e mostrará que ela sempre esteve presente na sociedade e continua em constante evolução.
Origem do termo
No passado, a engenharia era dividida em duas áreas: Civil e Militar. Com o passar do tempo essas áreas se fundiram e a construção civil passou a ser todo o tipo de obra que interage com uma sociedade. Como exemplo, podemos citar os edifícios (comerciais e residenciais), pontes, estradas, túneis, obras de saneamento, canais de navegação, entre outros. Além disso, passou a ser de suma importância para o desenvolvimento da civilização, principalmente pela geração de empregos, uma vez que ela conta com profissionais da engenharia, arquitetura, entre outras áreas, movimentando assim a economia local.
No mundo
A construção civil está presente desde os primórdios da humanidade, quando os pré-históricos usavam as cavernas como forma de abrigo e proteção contra animais. Com o passar do tempo e a evolução dos povos, os humanos começaram a se proteger de outros humanos, e foi assim que começaram a cercar as primeiras cidades com muralhas. Os egípcios trouxeram a concepção de grandiosidade e estética, o que inspiraria a arquitetura no futuro.
Encontrada entre o povo sumério em 3.500 a.C.,um marco na construção civil foi a invenção da roda, uma vez que este elemento facilitou o transporte de materiais e possibilitou a construção de grandes estruturas.
Com a construção de castelos, igrejas e catedrais, na Idade Média, a engenharia teve uma grande evolução, apesar de o conhecimento ainda ser genérico e baseado em erros e acertos. Neste período, os mestres construtores eram responsáveis tanto pelo projeto quanto pela construção e ambos, praticamente, ao mesmo tempo.
Esta concepção permaneceu até a era Renascentista, no século XV. A partir de então começa o conceito de arquiteto e tem-se a divisão do projeto e da obra. Neste período surge a necessidade de especialização acadêmica em arquitetura na França e na Itália.
Somente na Revolução Industrial surgem os métodos, sistemas e materiais que deram origem à Construção Civil tal como a conhecemos hoje. Um fator muito importante é a maior participação do ferro e do aço nas construções.
Ferro e aço
No final do século XVIII, o ferro passou a ter maior participação nas construções civis, já que é resistente e permite a criação de estruturas maiores e mais espaçosas. Contudo, foi apenas a partir da Revolução Industrial, no século XIX, que o ferro teve um maior impulsionamento, se consolidando como um dos principais materiais da construção.
Desde então, a sociedade passou a ser mais urbanizada, e o ferro, assim como o aço, passou a ser produzido e comercializado em larga escala. Consequentemente, as infraestruturas e as construções sofreram adaptações para que estes materiais fossem amplamente utilizados e tivessem maior relevância. Hoje, são indispensáveis para este setor.
Mas quando surgiu o conceito de Construção Civil no Brasil?
Os primeiros registros são de 1684, escritos por Frei Bernardo de São Bento e nomeados de Declaração de Obras. Nele, o Frei descreve sua reforma em um mosteiro no Rio de Janeiro. Este manuscrito ganhou notoriedade devido à riqueza de detalhes relatando os processos, técnicas, dificuldades e soluções para elas. A partir de então, a construção civil no Brasil, era focada, principalmente, em construções de igrejas e fortificações.
Em 1800, com a liberação da imprensa, foi publicado o “Manual do engenheiro ou elementos de geografia prática”, escrito por Briche e apoiado pelo governador geral da Bahia, Conde dos Arcos. O Manual, não abordava muito sobre as práticas de engenharia e construção, mas falavam sobre o que era feito no processo de fortificação militar de construções existentes, o que foi de grande contribuição. Além disso, ainda traziam as influências da cultura portuguesa e francesa.
É notório que, nesta época, os profissionais eram trazidos, principalmente, de Portugal e, as maiores contribuições feitas à construção civil eram fortificações militares e investigações mais teóricas e culturais. Esta realidade só começou a mudar em 1810, quando a Família Real chega ao Brasil e as primeiras escolas de Engenharia Civil começam a surgir, sendo a primeira delas a Real Academia Militar.
Evolução da Construção Civil – Anos 1900
Nesta época ainda eram os mestres de obra que administravam as construções, direcionando os trabalhos e lidando com os problemas. Com isso, eram eles que desenvolviam grande parte dos processos e técnicas aplicados no dia a dia dos projetos.
O auge da Construção Civil no Brasil foi em 1940, no governo de Getúlio Vargas. O setor teve um forte investimento em tecnologia de concreto, que estava em crescimento, na construção civil e nas atividades militares. Outra questão que favoreceu o Brasil, é o fato de estar no bloco dos aliados na Segunda Guerra Mundial, trazendo assim, tecnologias norte-americanas. Ainda neste período, ocorreu a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, o que impulsionou a produção de aço, petróleo, cimento e energia no país.
Contudo, em 1950, com a diminuição de incentivos do Estado na construção civil, a iniciativa privada passou a tomar espaço. Somado a isso, o fato da grande maioria da população ser rural contribuiu para que a construção civil não tivesse um avanço significativo neste período.
Este cenário começou a mudar com a chegada de Juscelino Kubitschek ao governo entre 1950 e 1961. O presidente estabeleceu o Plano de Metas, popularmente conhecido como “50 anos em 5”, que tinha como objetivo aumentar o investimento em diversas áreas, incluindo a indústria e a construção.
Um marco que foi de suma importância para a história da engenharia civil e arquitetura do país, foi a construção de Brasília. Com isso, o primeiro investimento foi na construção de rodovias. Consequentemente, houve uma intensificação na construção de edificações como casas, escolas, hospitais, entre outros, motivada pela facilidade de transporte. Sendo assim, as áreas rurais começaram a se desenvolver e os centros urbanos surgiram, ocasionando uma migração da população rural em busca de empregos e isso fez com que os investimentos em infraestruturas se tornassem essenciais.
As influências do Regime Militar – Anos 1960
A evolução da construção civil se mantém constante neste período do Regime Militar e do chamado Milagre Econômico e, para que isso fosse possível, o país passou a receber empréstimos internacionais, o que acarretou dívidas externas.
Na década de 1970, o investimento do estado retornou com maior impacto e as iniciativas privadas tiveram permissão para construir apenas prédios de apartamentos e escritórios. Esta realidade permaneceu até o fim do Regime Militar, na década de 1980, em que as iniciativas privadas voltam a ter abertura e, por conseguinte, maior atuação na construção civil.
Neste período, o Brasil entrou na chamada Década Perdida, devido à dívida externa citada anteriormente. O PIB não crescia, não havia investimento em indústria e construção civil e a crise financeira era intensa.
A recuperação começou a surgir na década seguinte. A construção civil começa a se preocupar mais com os resultados das obras, a mão de obra qualificada passa a ser um grande diferencial, as construtoras continuam a crescer e os investimentos do governo começam a ser retomados.
Já nos anos 2000, a construção civil teve bastante ênfase, dada a herança da década de 90 e o retorno dos investimentos. Houve a criação de vários programas como Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), de 2007, Minha Casa Minha Vida (MCMV), de 2009 e Programa de Restauração e Manutenção de Rodovias (CREMA), de 2010, o que fez com que fosse notória a importância da construção civil para a economia. Portanto, o desenvolvimento do país volta a ser foco e o setor cresce entre 2008 e 2014, incentivado, principalmente, por eventos como a copa do mundo de 2014 e as olimpíadas de 2016. Em 2014, a construção civil passa por uma nova crise, resultado da retração do PIB e da falta de investimentos.
O que se espera do setor daqui para frente?
Como podemos notar, a interação com a sociedade é fundamental para a Construção Civil, então, cada vez mais é esperado que para o bom desenvolvimento da sociedade o setor associe tecnologia à sustentabilidade, bem como inclusão social e mobilidade; valores muito presentes no pós-modernismo. Assim, é preciso pensar a arquitetura urbana para além do desenvolvimento econômico, focando também no desenvolvimento humano, que atue em prol da qualidade de vida, da saúde e bem estar, que repense a emissão de poluentes e detritos, que torne tudo mais próximo, intuitivo e conectado com o mundo que a rodeia.
A construção civil conta, através de tijolos e cimento, a história do mundo. Pensando nisso, a Jofege está sempre à procura de novas oportunidades para melhorar a qualidade do setor, buscando oferecer o melhor para seus colaboradores e, principalmente, para a sociedade, trazendo soluções práticas e viáveis para facilitar a vida de todos!