Importância da gestão dos resíduos sólidos

O setor da Construção Civil é um dos que mais exploram os recursos naturais e gera resíduos sólidos. Dimensionando numericamente, em países desenvolvidos, os resíduos oriundos de novas edificações encontram-se abaixo de 100kg/m, enquanto no Brasil essa média é acima de 300kg/m. Em outras palavras, esse valor corresponde a, aproximadamente, 50% da quantidade, em peso, de resíduos sólidos urbanos coletados em cidades com mais de 500 mil habitantes, de diversos países, incluindo o Brasil. 

Os resíduos gerados pela Construção Civil são os chamados materiais inertes, que, segundo a NBR 10004/04 da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), “são aqueles que, devido as suas características físico-químicas, não sofrem transformações em sua composição e relevo e se mantêm inalterados por muito tempo”. Como exemplos podemos citar tijolos, blocos cerâmicos, concretos, solos, rochas, metais, resinas, colas, tintas, madeiras e compensados, forros, argamassa, gesso, telhas, pavimento asfáltico, vidros, plásticos, tubulações, fiação elétrica, entre outros. Eles são provenientes de construções, reformas, reparos e demolições de obras, resultantes da preparação e da escavação de terrenos.

Devido ao descarte incorreto dos insumos remanescentes em beiras de estradas, terrenos baldios e encostas de cursos d’água, por exemplo, foi criada a Resolução 307 do CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente), que está em vigor desde janeiro de 2003. O objetivo da resolução é diminuir a quantidade de resíduos gerados e seus impactos no meio ambiente, para isso é necessário fazer um gerenciamento, isto é, um sistema que visa reduzir, reutilizar ou reciclar os materiais. Este gerenciamento inclui o planejamento, responsabilidades, práticas, procedimentos e recursos para desenvolver e implementar as medidas necessárias para alcançar tal objetivo. 

Uma medida já tomada pela JOFEGE, sem a obrigatoriedade da lei, é a Logística Reversa. De acordo com a SINIR (SISTEMA NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOBRE A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS) do Ministério do Meio Ambiente, a Logística Reversa é um instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada. 

É de responsabilidade do cidadão, enquanto consumidor, descartar os resíduos, conforme previsto pela SINIR. Já o setor privado deve gerenciar ambientalmente, de forma adequada, os resíduos, sua reincorporação na cadeia produtiva, adoção de inovações que tragam benefícios socioambientais, assim como o uso racional dos materiais e prevenção da poluição. Cabe ao Poder Público a fiscalização do processo, compartilhado com os demais responsáveis pelo sistema, conscientizar e educar os cidadãos. 

As vantagens da Logística Reversa são várias, sendo algumas delas: 

  • Os resíduos têm um descarte correto (podendo ser a reciclagem, reuso ou tratamento), diminuindo o impacto ambiental; 
  • Aumenta a renda e recursos sustentáveis, beneficiando a economia;
  • Os cidadãos passam a habitar ambientes mais limpos e saudáveis;
  • Devido à redução da necessidade de extração de novas matérias-primas, as condições do meio ambiente se tornam melhores;
  • A vida útil dos aterros sanitários aumenta, uma vez que os resíduos podem ser reinseridos na cadeia produtiva;
  • A oferta de produtos ecologicamente corretos aumenta, gerando mais empregos e renda;
  • Amplia o espaço para a geração de novos negócios.

A Lei nº 12.305/2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), representa um marco para a sociedade brasileira em relação à sustentabilidade, visto que apresentou aperfeiçoamento no modo como os indivíduos devem tratar resíduos sólidos gerados.

Desta forma, se você está inserido no meio da Construção Civil de alguma forma, seja como consumidor, comerciante, distribuidor, pessoa física ou jurídica, mantenha-se atento à Logística Reversa e como você pode contribuir. Para saber mais, acesse o site oficial da SINIR, clicando AQUI. Além disso, continue acompanhando o blog e as redes sociais da JOFEGE para ver mais conteúdos como este!

Construção Civil: Retrospectiva e Expectativas

Diferentemente de 2020, que foi um ano repleto de incertezas e questionamentos, 2021 trouxe esperança e muitas mudanças, principalmente devido à vacinação e a flexibilidade da quarentena. Já o setor da Construção Civil se manteve em um cenário otimista desde o ano passado, com crescimento de 2,7% no PIB, no segundo trimestre de 2021. Então, agora vamos rever tudo o que aconteceu e quais as expectativas para 2022. 

RETROSPECTIVA

Pontos Positivos

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a economia brasileira registrou uma queda de -0,1% no segundo trimestre de 2021, contudo, a Construção Civil apresentou um crescimento de 2,7%. Comparando com o mesmo período de 2020, este setor cresceu mais de 10%. 

Segundo a CBIC (Câmara Brasileira da Indústria da Construção), a estimativa era um resultado de 4% de crescimento do setor. Porém, analisando os dados apresentados pelo IBGE, e o forte otimismo do setor, há uma probabilidade de correção para mais.

Pontos Negativos

Um grande empecilho que brecou um maior avanço no setor foi o aumento no preço dos materiais e matérias-primas. Isto é, entre outubro de 2020 e outubro de 2021, o INCC (Índice Nacional de Custo da Construção) acumulou 30,24%. Para saber mais sobre o INCC e como ele impacta nas obras e no setor, clique AQUI.

Outro problema enfrentado pela Construção Civil neste ano foi a falta de mão de 

obra qualificada. Funcionários dispensados de seus serviços no início da pandemia, encontraram novos trabalhos, dentro ou fora da área.  

CONSTRUÇÃO CIVIL NA ECONOMIA BRASILEIRA

A Construção Civil é um dos setores que mais impulsiona a economia brasileira. A geração de empregos, a enorme cadeia produtiva, que vai desde a produção de insumos, até o canteiro de obras, a alta procura pelos serviços imobiliários e o aumento do mercado de luxo são alguns fatores que contribuem para o crescimento do setor.

A  ABRAINC (Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias), entidade representante do mercado imobiliário, realizou uma pesquisa que demonstrou os seguintes resultados:

  • 0% dos trabalhadores brasileiros atuam na Construção Civil;
  • 9% de todos os tributos são gerados pelo setor;
  • 7% do PIB Nacional é oriundo da construção civil;
  • 62 atividades econômicas da indústria nacional são movimentadas pelo setor.

O IBGE apontou que o PIB da Construção Civil, no 1º Trimestre de 2021, cresceu 2,1% se comparado ao último trimestre de 2020. Já no 2º Trimestre, o crescimento foi de 2,7%.

Segundo dados do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados)  divulgados pelo Ministério da Economia, em 2020, o setor da Construção Civil gerou mais 112 mil empregos e, de janeiro a abril de 2021, foram abertos 134 mil postos de trabalho nesta área.

IMPACTOS DA PANDEMIA NO SETOR

No início da pandemia, o setor da Construção Civil sofreu diversos impactos negativos como a redução de funcionários e jornada de trabalho, paralisação de obras, alta do dólar e bloqueios na exportação. 

Desta forma, inúmeras empresas foram afetadas pela falta de mão de obras e/ou insumos, principalmente as que não estavam preparadas para lidar com o impacto financeiro e, muito menos com o isolamento social. As construtoras e incorporadoras tiveram de se adaptar ao novo modelo de trabalho e, as que não tinham os processos digitalizados, ou seja, realizavam as atividades manualmente, como o controle por meio de Excel e documentação física, foram as mais prejudicadas. 

Da mesma maneira, os canteiros de obra também sofreram as consequências do isolamento, uma vez que, sem a atuação dos escritórios, engenheiros e gestores de obras não tinham como dar continuidade em seus serviços. 

Não obstante, outras áreas também foram fortemente afetadas, como a de exportação, que, devido à falta de insumos, materiais como alumínio, vidro, cobre, entre outros, tiveram seus preços elevados e o prazo de entrega mais lento. Essa escassez de insumos, somada com a alta demanda e a desvalorização do real, foi o que contribuiu para o aumento do preço dos materiais. 

Crescimento durante a pandemia

Contudo, apesar destes fatores, a Construção Civil logo foi classificada como serviço essencial pelo governo e conseguiu se reerguer no primeiro ano da pandemia, abrindo novos postos de trabalho e sendo a área que mais gerou empregos, como já citado.

A construção de novos hospitais, postos de saúde, pronto-socorros, entre outras obras públicas, também contribuíram para o crescimento do setor.  

Construção Civil na pós-pandemia

A pós-pandemia será marcada pelos novos hábitos e novas formas de trabalhar. A atenção para a segurança dos trabalhadores é indispensável nesta nova fase, portanto, manter álcool em gel disponível nos canteiros de obras e escritórios para clientes e funcionários, redobrar a higienização, manter uma distância segura e o uso da máscara, além dos EPIs, ainda serão exigidos pelas organizações de saúde. 

Outra mudança será a otimização do uso de softwares e tecnologias que tornarão as atividades mais eficientes, além de reduzir custos e elevar a produtividade, garantindo melhores resultados.

Por fim, há diversos outros fatores que irão acelerar o crescimento da Construção Civil na pós-pandemia, entre eles:

  • crescimento da demanda;
  • novas formas de trabalhar, como coworking e home office;
  • valorização da mão de obra;
  • aumento da concorrência;
  • maior facilidade e variedade de linhas de crédito.

EXPECTATIVA PARA 2022

Por fim, o esperado para 2022 é um cenário positivo, com um crescimento acelerado no setor. Vários fatores contribuem para essa expectativa, sendo elas a retomada dos investimentos e o ano eleitoral.

O primeiro caso se deve ao fato de que muitas pessoas e empresas tiveram de paralisar suas obras devido à instabilidade causada pela pandemia. Ou seja, com um cenário mais estável e com previsões mais certeiras do mercado, se torna mais seguro voltar aos investimentos.

Já o segundo caso, se refere aos gastos públicos com obras e melhorias na infraestrutura, muito comuns neste período de eleições.

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